Vinho, o doce e inebriante sabor de Portugal

Os vinhos portugueses são diversificados. E tem opção para todos os gostos, até para quem aprecie um vinho mais "suave"
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Vinho português

Nos restaurantes em Portugal, uma das bebidas mais pedidas para acompanhar a refeição é o vinho. Isto deve-se ao fato de Portugal ter vinhos muito bons! São vinhos tintos, brancos, verdes, maduros! De castas variadas, cada uma com sabor específico e características próprias: Alvarinho, Trajadura, Touriga, Syrah, Moscatel, dentre outras tantas. E de várias regiões do País: Dão, Setúbal, Porto, Ilha da Madeira, Minho, etc. Em outras palavras: são vinhos para todos os gostos. E também para todos os bolsos!

“O vinho é cousa santa

Que sai duma cepa torta

A uns faz perder o tino

A outros errar a porta”

No entanto, muitos brasileiros preferem uma bebida mais docinha – principalmente as mulheres. No Brasil, estamos acostumados com vinho “suave”, em que é adicionada alguma quantidade de açúcar. Em Portugal, não iremos encontrar esta denominação nos rótulos: “suave”. Porém, dentre as diversas opções de vinhos portugueses, com certeza irá encontrar uma – ou mais – que agrade o seu paladar!

Como escolher sua bebida

Alguns restaurantes costumam ter uma carta restrita de vinhos. Outros restaurantes estão melhor preparados e oferecem muitas opções para que você faça a sua escolha.

Caso você queira escolher um vinho para levar pra casa ou dar de presente pra alguém, pode optar pelas marcas comercializadas nas grandes redes de supermercados, que oferecem um grande leque de opções e preços. Ou então, se quiser bebidas mais personalizadas, pode ir a uma das inúmeras garrafeiras nas grandes cidades e escolher um vinho mais “exclusivo”. E até mesmo comprar pela internet.

Existe uma polêmica, em que muitas pessoas falam que vinho de verdade não é doce. Porém, cada um deles tem a sua característica. E cada um de nós possui um paladar e gostos diferentes. Então, não cabe aqui julgar o gosto do outro. Vinho bom é igual comida, é o que agrada o seu paladar. Se você gosta de bebidas mais doces e suaves, pode começar experimentando uma das opções sugeridas abaixo e tirar suas próprias conclusões!

TIPOS DE VINHOS

É um equívoco pensar que um vinho seja doce por conta de adição de açúcar. Há diferentes tipos de uvas com características distintas, algumas bem doces. E é sobre  elas que vou falar: como são chamadas aqui pela terras lusitanas e as características de cada uma.  E dar agumas sugestões de rótulos bastante interessantes, para que você experimente.

Adamado

Em alguns rótulos, você irá encontrar a expressão ADAMADO. Adamado vem de dama, senhora, uma expressão antiga que significa efeminar o vinho, isto é, torná-lo mais adocicado, para agradar o paladar das senhoras. Um vinho adamado contém alguns gramas de açúcar residual, que fazem com que ele seja mais macio e ligeiramente adocicado. Este tipo de vinho acompanha muito bem pratos de peixe ou carne com notas adocicadas.

Rosé

O vinho rosé é conhecido pela sua bela cor rosada. São vinhos com características de brancos (delicados) mas que recebem alguma personalidade dos vinhos tintos (cor, taninos), o que modifica o seu sabor. Geralmente tem baixo teor alcoólico, são leves e de sabor mais adocicado. O rosé é ideal para um aperitivo. Além disso, acompanha refeições ligeiras, peixes e mariscos, carnes brancas, massas, grelhados e saladas.

Frisante

Produzido naturalmente a partir de um único processo de fermentação da uva, sua principal caraterística, é a presença do gás carbônico – cerca de metade dos espumantes. Sua graduação alcoólica fica entre 7 a 14%.

Os frisantes podem ser produzidos tanto na versão branca, quanto tinto ou rosé e são um vinho para consumo rápido, já que não suporta o envelhecimento. Além disso, são ótimas opções para dias quentes, por serem leves e refrescantes. Acompanha refeições leves, como quiches e suflês, assim como frutas e sobremesas.

Os mais conhecidos frisantes são os produzidos na Itália, conhecidos como lambruscos. Para além dessa opção, os frisantes portugueses não deixam a desejar. Tente experimentar uma das opções a seguir:

Moscatel

Moscatel é uma casta bastante aromática, com aromas florais, cítricos e a uvas. Ela chega a níveis elevados de açúcar quando amadurecida e é ideal para fazer vinhos fortificados. Em geral, acompanham muito bem sobremesas e, quando gelados, são refrescantes e servem também como aperitivo. Em Portugal destacam-se os Moscatel das regiões de Setúbal e Douro (Favaios).

Tipos de vinho Moscatel

O Moscatel de Setúbal é marcadamente doce e contém entre 16º e 22º de álcool. Durante a produção desses vinhos as cascas, ricas em sabor, são mantidas presentes durante a fermentação. Quando a bebida atinge o grau indicado de doçura é adicionada aguardente de uva. Após é deixado junto com as peles por três meses ou mais, para absorver melhor o sabor antes de envelhecer no mínimo durante 18 meses em grandes tonéis de madeira.

O Moscatel do Douro (também conhecido como Favaios) contém um mínimo de 85% de Moscatel e, pelo menos, 16,5º de álcool. Estes vinhos tendem a ter bom equilíbrio de acidez, aromas florais, cítricos e sabor de casca de laranja ou tangerina, damasco e manteiga, adquirindo intensos traços de aroma de frutos secos mediante quanto tempo permanecem a envelhecer na madeira. O tempo mínimo na madeira é de 18 meses, mas a maioria fica um pouco mais, enquanto alguns Moscatéis do Douro são envelhecidos por 10 ou 20 anos, sendo ocasionalmente engarrafados como “Colheita”, com a respectiva safra indicada na garrafa. 

O Moscatel combina com salada de frutas, bolo de baunilha ou mousse de chocolate. Uma curiosidade é que na cidade de Braga, as celebrações de Natal começam com bananas e vinho moscatel. A tradição bracarense manda “comer uma banana e beber um banano” nas horas que antecedem a ceia de Natal durante a troca de votos de Boas Festas.

Vinho verde

A designação vinho verde está relacionada ao local de origem da bebida, e não à sua cor. A alusão à cor verde não é pela cor da bebida, já que 55% da produção são de tintos e o restante tem cor próxima à água com limão.

O vinho verde é produzido no noroeste de Portugal (que vai da margem do rio Minho, ao norte de Portugal, na fronteira com a Espanha, até o rio Douro, mais ao sul), em condições climáticas bem diversas do restante do país. Essa região é beneficiada por alguns fatores que facilitam sua fabricação, como o clima frio, o cultivo elevado das uvas e as castas cultivadas na região. Esses fatores que também são responsáveis pela doçura e leveza do vinho. Em virtude disso, a origem do nome vinho verde está atrelada ao clima da região, muito úmido e com alto índice de chuvas, o que confere  uma paisagem de um verde exuberante. Daí a referência do nome. Esse foi o primeiro vinho português exportado para os mercados europeus.

Vinho do Porto

O Vinho do Porto é produzido no Alto Douro Vinhateiro e transportado para as caves em Vila Nova de Gaia, onde são “envelhecidos” e comercializados.

No processo de produção do vinho do Porto, a sua fermentação não é completa, sendo parada numa fase inicial (dois ou três dias depois do início), através da adição de uma aguardente. Assim, o vinho do Porto é naturalmente doce (visto que o açúcar natural das uvas não se transforma completamente em álcool) e mais forte do que os restantes vinhos, pois contém entre 19 e 22º de álcool.

A classificação do Vinho do Porto varia de acordo com o tempo de guarda. Quando a bebida é conservada por dois ou três anos, é chamado de Ruby; caso fique um período maior, é chamado de Tawny.

Há ainda o vinho do Porto branco que são tipicamente vinhos jovens e frutados e se caracterizam pela sua doçura. Além de doce, o Vinho do Porto é licoroso, pode servir como entrada e também é muito bom pra acompanhar uma sobremesa. E ainda funciona como digestivo.

Vinho de colheita tardia

Os chamados vinhos de colheita tardia são vinhos produzidos a partir de uvas que não foram colhidas na época certa da maturação, mas sim de uvas que permaneceram na videira várias semanas após a data ideal da sua colheita. Nesse período a fruta acaba ficando desidratada, o que concentra o teor de açúcar. É por isso que os vinhos de colheita tardia podem ser incrivelmente doces, sem serem enjoativos.

A lenda dos vinhos de colheita tardia conta que o dono de um château francês orientou seus funcionários a não realizarem a colheita, enquanto ele não retornasse de uma viagem. Quando ele finalmente retornou, as uvas já tinham sido atingidas pela podridão nobre, mas, mesmo apesar da aparência desagradável, foram colhidas. O vinho que elas produziram mostrou-se tão requintado que, a partir daí, esse produtor passou a colher as uvas somente nessa condição.

Os vinhos de colheita tardia ou são conhecidos como vinhos de sobremesa e funcionam como digestivos.

Vinho da Madeira

O vinho da Madeira, é uma bebida fortificada, com elevado teor alcoólico, produzido na Ilha da Madeira. É um símbolo da Madeira em todo o mundo. O sabor dos vinhos produzidos na ilha Madeira é conhecido pela melhoria com o envelhecimento. Seu poder de guarda é muito grande e essa região é capaz de fazer vinhos extremamente duradouros, seja por décadas ou, até mesmo, séculos.


“O segredo do Vinho Madeira é a uva local de

excelente qualidade e os tonéis em que são

envelhecidos, madeira local da ilha, com sabor de mar”.

Segundo fabricantes portugueses

Os vinhos Madeira têm ao mesmo tempo doçura e acidez. E ainda são concentrados e tem sabor marcante. À mesa, o Vinho Madeira tem diversas variantes de acompanhamento, de acordo com os seus quatro tipos de doçura (seco, meio seco, meio doce e doce). Aqui vamos citar apenas o meio doce e o doce.

Tipos de vinho Madeira

Vinho Madeira Meio Doce pode acompanhar souflês de queijo. E ainda frutos tropicais frescos, frutos secos, bolos e tartes de fruta, bolos de creme e bolo de mel e chocolate ao leite.

Vinho Madeira Doce tem cor escura, é encorpado e aromático. Combina muito bem com queijos portugueses, como o da Serra, o de Serpa, o de Azeitão, o do Rabaçal e o da Ilha, e com queijos azuis como o Gorgonzola. Pode ser apreciado com frutos tropicais e frutos secos, como as nozes e as avelãs.

Sugestões de Passeio

Uma experiência muito agradável em Portugal é conhecer as caves de Vinho do Porto em Vila Nova de Gaia, onde há visita guiada e degustação dos vinhos.

Outra opção muito interessante é visitar as quintas espalhadas por várias regiões de Portugal. Sugerimos a Região do Douro, onde, além de passeios no barco pelo Rio Douro, ainda poderá participar da vindima (geralmente no mês de setembro), visitar as adegas e degustar bons vinhos – e se preferir, acompanhado de uma boa comida típica da região! Se ficou interessado em um desses passeios, entre em contato conosco. Fazemos um roteiro personalizado para você!

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